09 setembro, 2013

CEARÁ: Protestos violentos e reforma de secretariado no Ceará: em comum, a decepção popular


O final de semana no Ceará foi marcado por dois fatos que, aparentemente, não guardam relação entre si, mas que no fundo estão vinculados a um sentimento que prospera na sociedade brasileira: a insatisfação crônica das pessoas com a falta de qualidade nos serviços públicos e com os rumos da política no país.
Via internet
De forma inusitada, pela internet, o governador Cid Gomes anunciou uma reforma no seu secretariado, que serviu de mote para a exoneração do secretário de Segurança, área que é alvo da mais profunda e justa reprovação dos cearenses.
A escolha da rede social Facebook como canal de comunicação para uma decisão oficial forma do anúncio e as negociações para ainda definir os substitutos nas secretarias, são indicativos de uma decisão tomada sob pressão. Mas quem poderia pressionar um governo praticamente sem opositores? Ora, a opinião pública, devidamente medida por pesquisas, o que não seria nem mesmo necessário, afinal, todos sabem que nem o mais otimista dos cearenses pode dizer que a gestão é um sucesso, quando todos vivem sob o signo do medo e da violência.
Soma de descontentamentos
Todavia, essa mudança aconteceu em função de um descontentamento específico, com causa determinada. É diferente do que vimos nos episódios que marcaram o feriado de Sete de Setembro, quando uma série de conflitos entre manifestantes e a polícia foram registrados diversas cidades do país, inclusive Fortaleza. Aí a insatisfação se mostra difusa, sem causa específica, como espasmo de repúdio generalizado à política.
Nos dois casos, a reprovação dos cidadãos em relação aos governos é o ponto em comum que os une.
Descaso
Entretanto, é bom lembrar que para a maioria silenciosa, essa que não tem tempo de ir a protestos, a política está profundamente associada, não por acaso, com a corrupção e a impunidade, cujo noticiário assemelha-se a um cansativo filme de roteiro previsível. Como resposta, esse público prefere mudar de canal para ver partidas de futebol, programas de auditório ou telenovelas. Em outras palavras, boa parte da população opta pelo descaso.
Essa mesma maioria – esse é o ponto – também não se mostra incomodada com os protestos violentos promovidos por arruaceiros. Por que deveriam se preocupar, uma vez que ninguém se preocupa com o povo? E aí é que os governantes pressentem o perigo e tentam dar as mesmas respostas de sempre para velhos problemas. Troca de secretários e tropa de choque nas ruas.
Um fantasma de inquietação ronda o Brasil.

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