14 fevereiro, 2020

Índios Cariris e suas historias

O modo de vida dos indígenas que aqui habitavam mudaram com a descoberta do território brasileiro pelos lusitanos. O homem branco queria dominar o território a seu modo, impondo trabalho escravo aos índios e tentando amansá-los de alguma forma com o ensinamento do Cristianismo (catequização), em detrimento da cultura peculiar que eles preservavam.

Como movimento de resistência dos índios, algumas tribos indígenas da região Nordeste formaram a Confederação dos Cariris, e em 1683, tentaram recuperar os vastos hectares de terra que os fazendeiros portugueses haviam tomados.
Os Índios Cariris tinham hábitos de vida similares ao homem neolítico: com seus costumes tribais, eram liderados por um sábio e desenvolviam práticas rudimentares de agricultura, morando próximo aos rios para plantarem em terrenos férteis.

A vida na tribo era tranquila. Suas residências eram construídas com a palha da palmeira. Usavam utensílios feitos de forma artesanal como cabaças, cuias e coités. Fabricavam seus utensílios domésticos. Dentre eles destacamos o pilão de socar, a arupemba, o abano, esteiras de palha de palmeira e artigos feitos em cerâmica como vasos, pratos e panelas onde podiam fazer seus cozidos provenientes da farinha de mandioca, (produzida em estilo rudimentar, em casas de farinhas primitivas). O bejú, a tapioca, a puba, a canjica, o cuscuz e muitas outras receitas nutritivas vieram dos nossos antepassados indígenas.

Os cariris eram tribos mestiças, divididas da seguinte maneira a partir de suas localizações geográficas:

• Inhamuns: viviam na região sertaneja de Inhamum;
• Cariris: viviam no sul do Ceará;
• Cariús: viviam entre os rios Cariús e Bastões, próximo à Serra do Pereiro;
• Crateús: viviam nas proximidades da bacia superior do Rio Poti.

Primeiro, eles ocuparam a província do Rio Grande do Norte, expulsando violentamente fazendeiros portugueses de lotes fundiários que antes eram territórios indígenas. Em seguida, migraram para uma cidade paraibana, onde permaneceram por muito tempo em conflito com a população local e, por último, ocuparam o Vale do Jaguaribe, no Ceará.

Com medo de que a revolta se alastrasse, o governador-geral do Brasil Manuel da Ressurreição pediu ajuda aos bandeirantes de São Paulo e São Vicente para tentar domá-los. Entretanto, a iniciativa só piorou o conflito. Os cariris começaram a ocupar outros territórios cearenses e receberam apoio de outras tribos.

Irritados com o êxito dos indígenas, em 1713 o coronel João de Barros Braga mandou exterminar todos os povos indígenas que surgissem pela frente, sem distinção de sexo ou idade, pois queria certificar-se de sua vitória. Só depois de muito sangue derramado o governo-geral conseguiu exterminar a Confederação dos Cariris, deixando um lamentável legado histórico para o Brasil.



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