17 agosto, 2015

José Guimarães: “Não alimentaremos o ódio. Viva a Democracia”

Em respostas às manifestações na tarde de ontem (16), parlamentares petistas se manifestaram pelas redes sociais na defesa do Estado democrático de Direito. “A democracia brasileira foi construída com muita luta! Vamos defendê-la sempre. Não alimentemos o ódio contra aqueles que têm ódio e intolerância contra nosso governo. Nossa resposta: viva a Democracia e a República!”, divulgou o deputado federal José Guimarães (PT-CE) no Twitter.

Para os líderes do governo e do PT no Senado Federal, Delcídio Amaral (PT-MS) e Humberto Costa (PT-PE), o arrefecimento das manifestações, em comparação ao que aconteceu em março deste ano, se deve ao envolvimento de políticos ligados à oposição no Congresso Nacional e à mobilização da base aliada junto a empresários a favor da normalidade democrática.

No primeiro período, de acordo com estimativas da Polícia Militar em todo Brasil, o número de pessoas que foi às ruas protestar contra o governo foi de 1 milhão. Agora, a estimativa gira em torno de 900 mil. “Muitas coisas esta semana enfraqueceram as manifestações, como o acordo do Senado com o governo. O povo brasileiro tem consciência, tem acesso à informação, não entra no embalo de alguns”, analisa Delcídio Amaral.

Para o líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE), a população já percebeu que não há base legal e constitucional para o impeachment neste momento. “As pessoas estão cansadas. Viram, com o tempo, que não tem base legal e constitucional e entendem que o governo tem ainda um certo tempo de se recuperar”, disse.

Embora afirme que não há base para o impeachment, Costa considera que, mesmo menores, as manifestações continuam sendo expressivas. “O fato de serem menores não significa que a insatisfação com o governo diminuiu. Muitas coisas estão começando a ser revertidas mas ainda é preciso que governo apresente soluções melhores para a economia”, disse.

Avaliação - O balanço lançado pelo governo da presidente Dilma adotou a mesma postura de respeito dos líderes partidários. Em nota, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, informou que o governo viu as manifestações de rua “dentro da normalidade democrática”.

A crise política contaminou a crise econômica, admitiu o ministro da Secom, que reconheceu que o "mau humor" gerado pela natureza e extensão dos escândalos na Petrobras rarefez a relação do governo com o parlamento. "Um processo de destituição não se instaura pela mera vontade política de alguns. A Constituição diz que tem que haver fortes razões jurídicas e elas não existem", sustentou Edinho. 

Em artigo, publicado no domingo, o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, em que afirma que o projeto golpista "não passará". “O povo brasileiro consagrou a vitória da presidente Dilma Rousseff com mais de 54 milhões de votos. A eleição terminou, mas setores derrotados teimam em não aceitar o resultado, e mantêm um clima de agressiva disputa política”, publicou.

Redes sociais – Com humor e “reação antecipada”, a militância de esquerda superou o movimento anti-Dilma na internet. No Twitter, a hashtag #CarnaCoxinha, uma referência ao clima de carnaval fora de época e ao apelido lançado contra pessoas de opinião conservadora, obteve mais de 100 mil menções até as 18h do domingo.

Juntas, as hashtags #16DeAgosto, #ForaPT, #ForaDilma e #ImpeachmentJá, que reuniam principalmente pessoas favoráveis às manifestações e foram usadas por movimentos organizadores, tiveram cerca de 70 mil menções até o mesmo horário.

A expressão "CarnaCoxinha" foi usada principalmente por perfis ligados ao PT, como Dilma Bolada, Aécio de Papelão e MST (Movimento dos Sem-Terra). No entanto, a atuação dos perfis pró-governo não foi a única responsável por colocar o assunto entre os mais populares, segundo Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic).

Análise - "Fatos políticos da última semana colaboraram muito para que a rede mais a favor do governo e contra os protestos se sobressaísse mais – o governo lançou a Agenda Brasil, se articulou com o Senado, teve uma vitória no STF. Isso enfraqueceu um pouco, na internet, a manifestação pelo impeachment", disse à BBC Brasil.

Outro fator determinante para o sucesso da mobilização contra os protestos, que se baseou na ironia e no humor, foi a viralização de um vídeo que mostrava manifestantes anti-PT fazendo uma coreografia nas ruas de Fortaleza, no Ceará, na última terça-feira. Acesse os vídeos com a paródia clicando aqui.


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